sábado, 5 de fevereiro de 2011

Esse mundo não sou eu .


Não me sinto parte desse mundo, as vezes me coloco no automático e sigo com olhar fixo a qualquer movimento que possa reagir ao meu descaso com o momento. Sem jeito a minha vida passa , errando caminhos e abrindo espaços que são ocos até hoje. Desajeitada como qualquer girassol que nasce em um jardim de cactos, que mesmo assim não empede seu encontro ao sol. È olhar observador de quem sabe que ali não é o seu lugar e tem certeza quando enxerga ao seu redor mas sobrevive, não por escolha mas por saber que nem tudo que se habita é realmente seu lugar. Isso é peça fora do quebra cabeça , exclusão por não ser igual a todos os outros que se acham diferentes.
È um vazio, até o oco que está aqui nem eco faz . Não há nada , nem ninguém. Sozinha como qualquer vento que sopra pro lado oposto saio arrastando tudo até o que não quer vir comigo, é medo de caminhar sozinha e ter mais uma vez estampado em minha cara que só pareço forte, mas lá dentro vive uma criança que grita pedindo por alguém e so encontra brinquedos . Fugir da normalidade pra mim já é normal demais, viver intensamente e cair intesamente é costume. Ando trocando passos com a solidão e equilibrando nas minhas piores loucuras. Não tenho medo de arriscar porque quando você esta numa linha de trem olhar para trás só ira te causar pânico. Deixa , como qualquer barco no mar sem direção , pra onde o acaso levar. Infinitamente...

(Mariana R.)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sou você .


Olho no espelho e vejo que eu não passo de um reflexo que me encara profundamente nos olhos e me diz com interrogação profunda , quem é você ? Ele que reflete tantas outras vidas não saberia me dizer isso, mas afinal a pergunta era olhando nos meus olhos, era pra mim e não para ele. Ninguém nunca quis saber se o espelho não cansa de ser tanto os outros e nunca ele. Ninguém nunca me perguntou se não me canso de viver aqui. E é essa interrogação que arrasta o dia, tento encontrar em detalhes uma resposta que possa me convencer e aceitar como tudo foi criado e permanecer em perfeita harmonia , mas não dá , não me conformo em saber que sou apenas reflexo e regras . Sou mais , como qualquer coisa que precisa de um complemento eu sinto falta de uma parte da qual não encontrei, e dessa vez não são meus óculos, guardei eles muito bem guardados, se talvez faltar memória. Sinto falta de algo que não tem nome, talvez nem criação. Sempre foi assim desde criança , inventava mil coisas que na minha cabeça tinha vida só de existir em mim, e revirava meu armário de cabeça pra baixo tendo a maior certeza de que estava lá mesmo nunca o encontrando, o problema é que pessoas com 1,70 de altura acredita só no que vê e eu acreditava e sempre acreditei no que eu sentia e tinha certeza que existia, mesmo não existindo pra você pra mim tinha a maior importância. Cresci e percebi que com sentimento não é diferente, na maioria das vezes sentimos detalhadamente tudo o que ele provoca, temos certeza do que sentimos e sabemos do que vive em nós , pra depois um tal alguém não se convencer pelo fato de não pode ver superficialmente e ter medo de ariscar olhar em meus olhos e enxergar além e ter certeza. O seu medo é da certeza, a duvída te acomoda.
Quem tem medo de viver realmente não deveria refletir em espelhos , deveria ser opaco como sua alma e pensamento. Ninguem é valente o suficiente pra desafiar a dona morte e nem covarde pra teme-la tanto a ponto de só estar vivo e não se sentir vivo.

Jogo uma água no rosto e rapidamente volto o meu olhar pensativo pro pedaço de espelho, agora eu entendo o porque que quem quebra um espelho tem sete anos de azar , é castigo por ele nunca ter sido o que realmente quis ser e ter que refletir todos.